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Tu...



Image by Jidane


Não quero,
Não quero,
Não quero,
Não quero,
Não quero,
Não a espero,
Não desespero,

Saí à rua hoje de manhã,
Tudo estava bem durante os primeiros passos,
Depois fui atingido,

A boémia sem sentido,
A boémia sem sentir,

Agarrei-me a uma parede manchada de sangue,

Ela sussurrou-me ao ouvido,
Um murmúrio sem sentido,
De dentes que trincam lóbulos,
De línguas que se enrolam,

De respirações ofegantes,
De corpos irresolutos,
Perdidos em momentos corruptos,
Enrolados nas trocas viciosas de corpos,

Transmissões de fluídos…

Escorrego pela parede,
Sentindo o seu rumor,
Deixo-me ficar,

Ela surge,
O pecado invade-me,
Volto a sentir a pele a esticar,
Os ossos a estalar,
Mordo a língua para não uivar,

Não funciona,

Uivo de prazer quando ela me consome…

Uivo até ensurdecer…

Uivo…

“Ela percorre o teu corpo numa brisa gélida que queima”

Tu,
Que me consomes,
Deixa-me aqui exausto,
A revolver no sangue das veias
Que tu cortas,
A ouvir neste ritmo hipnótico
Que tu crias,

O motivo sibilante para arrancar este coração
Que tu mordes,

Enquanto eu rasgo a carne com as garras que tu me deste..

E fecho os olhos com o horror de ser…

___________________________________

Cada dia que passa isto fica mais estranho,
não percebo mesmo no que se está a transformar a minha escrita...
Anyway, está... Vulpino...

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