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Disconexo segunda-feira, fevereiro 28, 2005 |

Apetece-me a folha impressa,
o quão pessoal pode ser o livro?
Apetece-me não ser maquinal,
repetitivo,
apetece-me e não me apetece o isolamento,
a suplica de uma mensagem escrita,
que lacrimeja a minha presença,
apetece-me não ser descordenado,
pensar com genialidade,
nunca estar errado,
apetece-me escrever devagar,
de lapis em punho,
não martelar teclas,
vaguear, divagar,
não ser objectivo,
ter objectivo,
apetece-me a luxuria,
os braços quentes de quem amo,
o peito sofrego pelos meus beijos,
o ventre ardente pelos meus desejos,
o extase de fazer amor numa noite de verão,
apetece-me acordar com um sorriso,
apetece-me...

o odio,
o sangue,
espancar alguém,
partir o pescoço a alguem,
ofegar, num segundo de intervalo,
de um combate sem taça,
uma luta de rua,
desigual,
a vida normal,
apetece-me não pensar,
não querer,
não estar,
pensarem em mim e eu não me importar,
desvaneçer,
que chorem a minha falta,
com uma gargalhada bem alta...

O que é que isto interessa? |

Estou a ouvir uma estupida (ou será comica) versão drum 'n' bass da musica do super mario, e a sentir falta de objectivo em tudo... o que será mau...
Adiante... cheguei há conclusão que existem dois tipos fundamentais de pessoas no que diz respeito a blogs... (a musica muda, capitão fantasma, o que é bom) e esses tipos de pessoas são as que os lêm e as que os escrevem, e raramente acontece o contrario, quem escreve blogs ler os dos outros (excepto se for o de alguem bastante proximo, cuja vida, ou o que essa pessoa pensa tenha interesse), e quem lê blogs, escrever um. Falo por mim por exemplo, que escrevo o caderno preto, e poucos blogs leio, e nenhum com assiduidade... e o mesmo se passa com quem conheço e escreve/lê blogs...
A minha mais importante pergunta hoje é... O que é que isto interessa?
(a musica muda de novo, Theatre of Tragedy)
A resposta é... nada...

I'm so pointless...
My toughts are so pointless...

Ouço... |

Ouço o ribombar de tambores,
maquinas de guerra em marcha,
o violino que anuncia a morte pela adaga,
ouço o escarnio de demonios que agonizam,
mas não morrem,
ouço o choro de anjos mortos,
que amavam,
que demonios amassavam,
enventram tão puros,
massa disforme de asas de penas brancas,
que nunca ganham,
e os tambores ao longe,
sinal da demoniaca maquina de guerra,
ribombam morte aos meus ouvidos...

A data deste post têm uma razão de ser...

Quem tem medo do lobo mau... quarta-feira, fevereiro 23, 2005 |

Grrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrr... dois dias seguidos fechado em casa, além da tragica visita ao hospital ontem, com o proposito de levar uma bela injecçao, qual drogado a tomar a sua dose... e ainda uma constipaçao que ajuda a dor nas costas a esmagar-me o peito... esta está a ser definitivamente uma semana para esqueçer...
Mas, ao assunto em questão, a metafora do titulo pode esconder tanta coisa, pena que nenhum dos meus admiraveis colegas perca o seu tempo a ler o meu blog, porque ao esbarrarem com este post ficariam esgazeados a olhar em volta, há procura do patrão (sim, esse mesmo) visto esta metafora ser repetidamente aplicada por mim para demonstrar o ridiculo do terror que eles sentem quando o vêm (excepto no adoravel dia de pagamento). No entanto, eu compreendo... como compreendo tanta coisa que mais ninguém parece compreender, que o medo dá asas aos homens, e que o medo deles se deve em muito ao facto de subsistirem daquilo, e de a maior parte deles estar já o que a sociedade em geral se habituou a definir como demasiado "velhos" para se darem ao trabalho de procurar algo melhor, ou aprenderem algo melhor, ou lutarem por algo melhor... Como diria alguém: Ser pedreiro por exemplo, não é vergonha nenhuma, mas ser só isso a vida toda, é uma ideia que me envergonha...

E mais não digo...

Sem titulo, ou mesmo sem nada... domingo, fevereiro 13, 2005 |

Tento fechar os olhos,
dormir,
esqueçer o que é mau,
entrar num mundo perfeito,
utopico,
navegar mares de sentimentos brilhantes,
doces,

que me embalem,
para sempre em sorrisos,
sem fel...

Mas acordo no odio,
tentaçao de terror anunciado,
trago comigo o mal do dia anterior,
e não consigo,
adormecer a dor...